-II-
Chorosos versos meus desentoados,
Sem arte,sem beleza e sem Desventura,
Unidos pela mão da Desventura,
Pela baça Tristeza envenenados:
Vede a luz,naõ busqueis,desesperados,
No mundo esquecimento a sepultura;
Se os ditosos vos lerem sem ternura,
Ler-vos-ão com ternura os desgraçados:
Não vos inspire,ó versos,cobardia
Da sátira mordaz o furor louco,
Da maldizente voz e tirania:
Desculpa tendes,se valeis tão pouco,
Que não pode cantar com melodia
Um peito de gemer cansado e rouco.
-BOCAGE-
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