sábado, março 17, 2007

O TEMPLO DO CIÚME

-XXII-

Guiou-me ao templo do letal Ciúme
A Desesperação que em mim fervia,
O cabelo de horror se me arrepia
Ao recordar o formidável nume:

Fumegava-lhe aos pés tartáreo lume,
Crespa serpe as entranhas lhe roía;
Eram ministros seus a Aleivosia,
O Susto,a Morte,a Cólera,o Queixume:

«Cruel!»(grito em frenético transporte)
«Dos sócios teus ,no báratro gerados,
Dá-me um só,que te invejo,a Morte,a Morte.»

«Cessa»(diz),«os teus rogos são baldados:
Querem ter-te no mundo Amor, e a Sorte,
Para consolação dos desgraçados.»

-BOCAGE-

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