domingo, março 11, 2007

RECEIOS DE MUDANÇA NO OBJECTO AMADO

-XVI-

Temo que a minha ausência e desventura
Vão na tua alma,docemente acesa,
Apoucando os excessos da firmeza,
Rebatendo os assaltos da ternura:

Temo que a tua singular candura
Leve o Tempo fugaz nas asas presa,
Que é quase sempre o vício da beleza
Génio mudável,condição perjura:

Temo;e se o fado mau,fado inimigo,
Confirmar impiamente este receio,
Spectro perseguidor,que anda comigo,

Com rosto,alguma vez de mágoa cheio,
Recorda-te de mim,dize contigo:
«Era fiel,amava-me,e deixei-o.»

-BOCAGE-

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