quarta-feira, fevereiro 28, 2007

INSÓNIA

-V-

Já sobre o coche d,ebano estrelado
Deu meio giro a noite escura e feia;
Que profundo silêncio me rodeia
Neste deserto bosque ,à luz vedado!

Jaz entre as folhas Zéfiro abafado,
O Tejo adormeceu na lisa areia;
Nem o mavioso rouxinol gorjeia,
Nem pia o mocho ,às trevas costumado:

Só eu velo ,só eu,pedindo à sorte
Que o fio com que está minha alma presa
À vil matéria lânguida me corte:

Consola-me este horror esta tristeza;
Porque os meus olhos se afigura a morte
No silêncio total da natureza.

-BOCAGE-

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