-VIII-
Não ,Marília,teu gesto vergonhoso,
A luz dos olhos teus ,serena e pura,
Teu riso,que enche as almas de ternura,
Agora meigo,agora desdenhoso:
Tua cândida mão ,teu pé mimoso,
Tuas mil perfeições,crer que a ventura
As guarda para mim ,fora loucura;
Nem sou digno de ti ,nem sou ditoso:
E que mortal enfim ,que peito humano
Merece os braços teus ,ó ninfa amada?
Que Narciso?Que herói?Que soberano?
Mas que lê minha mente iluminada!...
Céus!... Penetro o futuro !... Ah,não me engano;
De Jove para o toro estás guardada.
-BOCAGE-
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