-VII-
Ao templo do propício Desengano
A próvia Razão guiou meus passos;
Por ver-me,louco já ,mordendo os laços,
Os duros laços de um amor profano:
Ajoelho ante o númen soberano,
Mostro-lhes os roxos,os cativos braços,
Dizendo-lhe:«Grã Deus,faze em pedaços
Os ferros,que me pôs Amor tirano!»
A deidade,inimiga da Esperança,
Me responde :«Eu te livro do flagelo
Que oprime os corações;mortal,descança.»
Eis que,brandindo um lúcido cutelo,
Meus ferros corta,e logo da lembrança
Me escapa de Marfida o rosto belo.
-BOCAGE-
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