terça-feira, março 27, 2007

À MORTE DE UMA FORMOSA DAMA

-XXXII-

Os garços olhos,em que Amor brincava,
Os rubros lábios,em que Amor se ria,
As longas tranças,de que Amor pendia,
As lindas faces,onde Amor brilhava:

As melindrosas mãos ,que Amor beijava,
Os níveos braços,onde Amor dormia,
Foram dados,Armânia,à terra fria,
Pelo fatal poder que a tudo agrava:

Seguiu-te Amor ao tácito jazigo,
Entre as irmãs cobertas de amargura;
E eu que faço(ai de mim!) como os não sigo!

Que há no mundo que ver,se a formosura,
Se Amor,se as Graças,se o prazer contigo,
Jazem no eterno horror da sepultura?

-BOCAGE-

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