sábado, abril 14, 2007

DELÍRIO AMOROSO

-L-

Meus olhos,atentai no meu jazigo,
Que o momento da morte está chegado;
Lá soa o corvo,intérprete do fado;
Bem o entendo,bem sei, fala comigo:

Triunfa,Amor,gloria-te;inimigo;
E tu,que vês com dor meu duro estado,
Volve à terra o cadáver macerado,
O despojo mortal do triste amigo:

Na campa que o cobrir,piedoso Albano,
Ministra aos corações que Amor flagela
Terror,piedade,aviso e desengano:

Abre em meu nome este epitáfo nela:
«Eu fui,ternos mortais,o terno Elmano;
Morri d,ingratidões,matou-me Isabela.»

-BOCAGE-

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