-LI-
Já no calado monumento escuro
Em cinzas se desfez teu corpo brando;
E puder eu ver,ó Nise,o doce,o puro
Lume dos olhos teus ir-se apagando!
Hórridas brenhas,solidões procuro,
Grutas sem luz frenético demando,
Onde maldigo o fado acerbo e duro,
Teu riso,teus afagos suspirando:
Darei da minha dor contínua prova,
Em sombras cevarei minha saudade,
Insacíavel sempre,e sempre nova:
Até que torne a gozar da claridade
Da luz,que me inflamou,que se renova
No seio da brilhante eternidade.
-BOCAGE-
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