-XLVIII-
Já o Inverno, expremendo as cãs nevosas,
Geme , de horrendas nuvens carregado;
Luz o aéreo fuzil, e o mar inchado
Investe ao pólo em serras escumosas;
Ó benignas manhãs!,tardes saudosas,
Em que folga o pastor,medrando o gado,
Em que brincam no ervoso e fértil prado
Ninfas e Amores,Zéfiros e Rosas!
Voltai,retrocedei,formosos dias:
Ou antes vem, tu, doce beleza
Que noutros campos mil prazeres crias;
E ao ver-te sentirá minha alma acesa
Os perfumes ,o encanto,as alegrias,
Da estação que remoça a natureza.
-BOCAGE-
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