quinta-feira, abril 26, 2007

DESESPERANÇA

-LXII-

Nise,das Graças e de Amor tesouro,
Voto implorado me firmava um dia,
Na face meiga a cândida alegria,
Aos ventos derramada a trança d,ouro:

Eis que junto de nós ave de agouro
Três vezes esvoaça,pousa e pia;
Os ares prenhe sombra enluta,esfria
E o raio estragador cai sobre um louro.

No repentino horror,que a cena altera,
Quereria talvez dizer-me o fado
Que naõ tinha o meu bem alma sincera?

Ah!Só quis persuadir um desgraçado
Que de o felicitar capaz não era
Nem a glória de ser por Nise amado.

-BOCAGE-

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