quarta-feira, abril 25, 2007

PRETENDENDO ABRANDAR A ESQUIVANÇA DE URSULINA

-LXI-

Desprega as asas,tímida Esperança,
Minha consolação não desanimes:
Adeja,voa;os cultos não são crimes,
Nem Jove a quem o adora os raios lança

Com ais de um coração que não descança,
Terno,benigno dó vai ver se imprimes
Na formosa Ursulina,ou se reprimes
Ténue porção de ríspida esquivança.

Chorosas preces,trémulo respeito,
Exercita com ela,e tu,mimoso
Cândido amor,que escravo me tens feito,

Para adoçar-lhe o génio desdenhoso
Deixa-lhe os olhos,salta-lhe no peito,
Ñão perdes nada,e fazes-me ditoso.

-BOCAGE-

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