-LX-
Tragado o peito de cruéis pesares,
Em doloroso e rábido transporte,
Contra Amor,de quem pende a minha sorte,
Voavam meus queixumes a milhares:
Eis que,desde os azuis serenos ares,
Me grita o Deus:«Tua alma se conforte,
Que nem sempre o Furor,o Estrago,a Morte,
Ministros hão-de ser dos meus altares:
«Aquela paz,aquele gosto,aquela
Ventura,que até agora te hei negado,
Guardei nos olhos de Ritália bela.»
Disse ,e limpando o rosto amargurado,
Corro da ninfa aos pés,encontro nela
Quanto Amor pode dar,e o Céu ,e o Fado.
-BOCAGE-
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