terça-feira, abril 03, 2007

LASTIMANDO-SE DA INGRATIDÃO DE NISE

-XXXIX-

Canta ao som dos grilhões o prisioneiro,
Ao som da tempestade o nauta ousado,
Um porque espera o fim cativeiro,
Outro antevendo o porto desejado:

Explora a vida ao tigre mosqueado,
Gira sertões o sôfrego mineiro,
Da esperança dos lucros encantado,
Que anima o peito vil e interesseiro:

Por entre armadas hostes destemido
Rompe o sequaz do horrífico Mavorte,
Co triunfo,coa glória no sentido:

Só eu (tirano Amor!,tirana sorte!)
Só eu por Nise ingrata aborrecido
Para ter fim meu pranto espero a morte.

-BOCAGE-

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