domingo, abril 22, 2007

O POETA ASSETEADO POR AMOR

-LVIII-

Ó Céus!Que sinto n,alma!Que tormento!
Que repentino frenesi me anseia!
Que veneno a ferver de veia em veia
Me gasta a vida,me desfaz o alento!

Tal era,doce amada,o meu lamento,
Eis que esses deus,que em prantos se receia,
Me diz:«A que se expõe quem não receia
Contemplar Ursulina um só momento!

«Insano!Eu bem te vi dentre a luz pura
De seus olhos travessos,e cum tiro
Puni tua sacrílega loucura:

«De morte,por piedade hoje te firo;
Vai pois,vai merecer na sepultura
À tua linda ingrata algum suspiro.»

-BOCAGE-

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