sexta-feira, abril 06, 2007

DESENGANO DE AMOR

-XLII-

Triste quem ama,cego quem se fia
Da feminina voz na vã promessa!
Aspira a vê-la estável!Mais depressa
O facho apagará que espalha o dia:

Alada exalação,que na sombria
Tácita noite os ares atravessa,
Foi comigo a paixão volúvel dessa
Que o peito me afagava e me feria:

Do desengano o bálsamo lhe aplico,
E a teus laços,Amor ,sem medo exponho
Dos benéficos céus o dom mais rico:

Vejo mil Circes plácido risonho;
E se fé me prometem,ouço,e fico
Como quem despertou de aéreo sonho.

-BOCAGE-

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